quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

VIVEMOS A TERCEIRA ONDA

Há aproximadamente 30 anos atrás, Alvin Toffler lançou o revolucionário livro “A Terceira Onda”. O intelectual era considerado um profeta tecnológico, pois previa transformações nos hábitos sociais a partir dos avanços da informática.
Neste livro ele falou das “cabanas eletrônicas”. Em uma época em que ainda não conhecíamos o e-mail, ele dizia que as pessoas poderiam trabalhar em casa, no horário que quisessem e, ao final do trabalho, encaminhar os arquivos por meio eletrônico para o computador central da empresa.
Eu não fazia ideia de como estes arquivos seriam enviados, mas sonhava com as jornadas de trabalho menores, as novas profissões, as famílias com mais tempo para o lazer...
E não é que ele estava certo? Hoje as pessoas trabalham 24 horas no computador e também se divertem nele. Cada membro da família tem o seu computador no quarto e as famílias podem instalar uma rede no próprio lar. Cada um faz o que quer no precioso aparelho: os pais chegam em casa e continuam o trabalho para encaminhar os arquivos quando prontos. Os filhos jovens e adolescentes estudam de dia e passam as madrugadas jogando games de todos os tipos. Existem jogos individuais e em rede. As crianças divertem-se em sites de colorir, desenhar, interativos, com desenhos, musicais, etc.
E as redes sociais? Todos têm amigos e se relacionam todo tempo. Mesmo ao sair de casa para fazer um passeio com a família, ainda é possível trabalhar e se divertir usando celulares, ipads, iphones,  i-pods, tablets, notebooks, netbooks, etc. Tudo de última geração. Um novo lançamento em cada mês. Viva a diversidade eletrônica! Na tecnologia não há limites! As máquinas são membros da família.
Finalmente reina o silêncio e a paz nos lares, onde todos estão juntos. Cada um em frente a um equipamento eletrônico trabalhando ou se divertindo a valer. Bem, de vez em quando surgem alguns problemas como um filho viciado em games, trabalhos escolares copiados, deslizes matrimoniais, etc. Consequências da solidão e falta de diálogo no lar.
Outro dia fiquei sabendo que a filha de uma amiga a excluiu do MSN. Já pensou que filha ingrata que exclui a própria mãe? Foi um escândalo na família! Minha amiga estava arrasada com a atitude da filha.
Mas também existem boas surpresas. Minha mãe me convidou para ser sua amiga no Orkut.  Não bastasse o convite, ela ainda mandou um “scrap” de saudações: “Sou eu, a sua mãe. Me aceita aeee!” Agora temos mais um canal de comunicações. Ela me ama! Kkkkkk
Não li nada sobre as consequências da tecnologia no livro de Alvin Toffler e penso que não é culpa da evolução da informática o fato de não sabermos ter equilíbrio. As tecnologias vieram para auxiliar e, em alguns casos, transformam-se em pesadelos para famílias, escolas e sociedades.
Acho que agora está na hora de ler o que estão dizendo os filósofos, sociólogos e terapeutas que observam e tentam ajudar as vítimas da tecnologia exacerbada.
Peço licença agora porque preciso olhar os meus e-mails.

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